Aquele OVA horrível de Final Fantasy V


Olá meus pimpolhos! Como foi o ano novo para vocês? Comeram bastante? Fizeram filhos e ficaram bêbados como todas as pessoas populares fazem? 

Como vocês sabem, recentemente eu fiz um post narrando o primeiro episódio do OVA de Final Fantasy XV, que apesar de não ser grande coisa foi bom e vale a pena assistir. Logo após lembrei-me de um OVA sobre Final Fantasy do qual não tinha visto ainda, se tratava de Legend of the Crystals, uma sequel oficial do quinto jogo da franquia. Obviamente fui assistir, peguei minha pipoca, meu refrigerante e meu bom humor e entusiasmo para mergulhar em uma nova épica história sobre personagens profundos, um mundo vivo e uma bela representação da franquia do qual gosto tanto. 

O resultado, por outro lado, fez eu me engasgar com a pipoca, cuspir o refrigerante e aquele bom entusiasmo se tornou uma grande aura de decepção. Então sim, esse OVA obscuro não é bom e não me surpreende o fato que poucas pessoas o conheçam. A ideia de criar uma continuação para um jogo fantástico como Final Fantasy V não é ruim, há muito dentro do universo do jogo que pode ser explorado e reaproveitado. Mas, ao invés disso o que vemos é uma péssima adaptação que mais parece um anime genérico sem nada que possa impressionar. 

A história de Legend of the Crystals se passa 200 anos após os eventos de FFV, o protagonista da vez é Prettz, um monótono rapaz hiperativo, que resolve se aliar a sua amiga Linaly, descendente de Bartz (Que para quem não se lembra ou apenas não curte a série é o protagonista de FFV), para salvar o cristal do vento que está correndo o risco de ser sequestrado por uma entidade maligna chamada Deathgyunos. No mundo onde se passa a história os quatro cristais são necessários para manter o equilíbrio das forças da natureza ou algo assim, e três deles já foram raptados, logo a dupla dinâmica de heróis, sem nada que os tornem memoráveis, deve proteger o último cristal a todo custo. 


O que vocês precisam entender primeiro é que, apesar de termos uma ideia inicial bacana e até funcional de certa forma, nada aqui é executado de forma correta. O primeiro e um dos pontos mais primordiais é que nada aqui se parece de fato com um jogo de Final Fantasy, na verdade se tirarmos o nome da animação e colocarmos qualquer outro não há nada aqui que fará alguém perceber que se trata de uma sequel da série que estamos falando. Legend of the Crystals é só um anime genérico, as músicas que tocam não são sobre Final Fantasy (Exceto por um rápido momento que toca a música tema dos Chocobos), os cenários e ambientes não nos lembram um RPG fantasioso com diversos climas e panoramas, não temos muitos monstros ou qualquer outra coisa que se aproxime dos elementos característicos da série. E isso é um problema sério, ainda mais se tratando de uma sequencia, pois ela deve ser feita pensada naqueles que acompanham a marca desde o seu início, os seus fãs. 

Nem o chocobo eles conseguiram fazer direito! Olha isso! Isso não é um chocobo, é um frango de padaria despenado!

O que nos leva ao segundo ponto: Os personagens são PÉSSIMOS! São mal desenvolvidos e com uma profundidade do tamanho de um copinho de vodka. Todos são estereótipos que podem ser facilmente descrevíveis. Prettz é o típico menino protagonista hiperativo e agitado, Linely é a garota bonitinha cheia de bondade, Valkus é o fortão e grandão da equipe que muitas vezes serve de alívio cômico e Rouge é somente a gostosona sem nenhum traço realmente marcante ou diferencial das outras personagens que exercem o mesmo papel. Os outros personagens do OVA não são diferentes destes, meras roupagens clichês que já vimos em muitos outras obras. Além disso, o desenvolvimento dos personagens são quase nulos, não mudam ou amadurecem nada do início ao fim. Ok, vocês podem dizer que não havia como fazerem isso em uma animação de quatro episódios, mas quando nos é apresentado um personagem, sua história e seu objetivo, tudo com início, meio e fim é uma obrigação de qualquer roteirista tratar da sua progressão. Se filmes podem fazer isso, uma animação de mais de uma hora e meia também pode. 

Nenhum personagem tem um traço realmente marcante ou qualquer coisa que nos faça nos afeiçoar a ele, e isso é horrível, visto que estamos falando de uma série que se tornou popular por ter personagens carismáticos e únicos! Brootherhood: Final Fantasy XV, por exemplo, apresenta bem os personagens e seus traços de personalidade, além de evidenciar, mesmo que de forma meio corrida, uma parte de seus passados ao lado do protagonista, que é o pilar do enredo. E isso funcionou muito bem, são simpáticos e dificilmente você não se afeiçoará a eles. 

Outro ponto negativo é como a narrativa é mal planejada, os eventos ocorrem de forma muito rápida sem deixar claro, exatamente, o que está acontecendo e o que precisa ser feito. Nada é explicado direito, e as poucas explicações não parecem convencer. O que ou quem é Deathgyunos? Por que precisa dos cristais? Por que Linaly tem tanto que proteger os cristais? Nope, nada aqui é explicado de forma coerente, dando margem para a criação de plot holes, ou seja, buracos no enredo. 

O último ponto negativo é o tanto de cenas nonsenses e imbecis que tem no roteiro. Logo no primeiro episódio, Linaly e seu avô (Que no início tem uma participação importante e depois e chutado de lado feito balde vazio) são atacados por uma criatura que quase os fazem nadar no suco gástrico do seu estômago se não fosse por Prettz que os salva, logo após o velho não poderia prosseguir e pede para sua neta fazer isso por ele e ao se dirigir ao Prettz diz que ele deve voltar agora mesmo de onde veio... Pois é, você manda a única pessoa que pode proteger sua neta embora para ela poder ir sozinha e indefesa, GENIAL! E não para por aí, temos também a cena onde o cristal entra no corpo de Linaly e faz com que as nádegas de seu traseiro comecem a brilhar, claro, porque apelação sexual é tudo que esse OVA precisava para emplacar. Poderia passar o dia todo apontando cenas sem sentido ou imbecis na animação, mas acho que vocês já entenderam o que eu quero dizer até aqui. 

Basicamente é isso, que ótimo início de ano, eu nem preferia ser estuprado por um avestruz a ter que assistir Legend of the Crystals, não mesmo. Espero que em 2018 consiga deixar este blog mais ativo e postar com maior frequência, já estou com ideias em mente para postar por aqui, desde reviews, listas, artigos e outros textos como este relacionados a adaptações de jogos feitos em TV e séries. Enquanto não posto nada fique bem longe de Legend of the Crystals, evitará possíveis sintomas de depressão.

See Ya!

Comentários

  1. uma pena, infelizmente essas series animadas que eram inspiradas em jogos(em especial as antigas) seguiam um caminho bem diferente da obra original(claro que tem casos que se salvam, como os desenhos do megaman), as vezes os donos do jogo aceitavam que fizessem esses conteúdos meios meh pq mesmo sendo ruins eles não tinham que mover uma panha e ainda iam lucrar com os direitos autorais, hj em dia os criadores fazem questão estar no projeto de qualquer coisa que seja derivado de suas obras, não sei pq hj em dia eles tem esse cuidado, mas melhor pra nos pq não sai qualquer merda com nome de jogos queridos. :v

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    1. Sim, de fato. Um exemplo é essa notícia de que a Ilumination Studios fará um filme do Mario com supervisão absoluta do Shigueru Miyamoto.

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    2. exatamente, um ótimo exemplo atual.

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  2. "Isso não é um chocobo, é um frango de padaria despenado!" lol

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  3. "Isso não é um chocobo, é um frango de padaria despenado!"

    Sabia que esse chocobo é inspirado em uma arte do (glorioso) Yoshitaka Amano? aqui ó: https://d3idt3y1vhsqn9.cloudfront.net/wp-content/uploads/2014/10/FFII_Chocobo.jpg

    Sim, sim eu sei que é feio pra caralho mas precisamos dar um ponto positivo por isso!

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    1. A inspiração estava certa, só a execução dela que saiu uma merda, afinal

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